English

Português

Español

Français

Colocar mensagem aqui

Revista

Sobre

Equipa Editorial

Autores

Submissão de Artigos

Números

Agora

Sobre

Equipa Editorial

Artigos

Secções

Vol. 29 (1)
2025



Artigos

“Chega desta falsa guerra”: ecologias de valor, operários e ambientalistas na Itália do Sul

Antonio Maria Pusceddu

Este artigo mobiliza as ecologias de valor como um quadro concetual para dar conta dos conflitos, contradições e dilemas decorrentes da experiência da crise socioecológica contemporânea. Baseia-se num trabalho de campo etnográfico em Brindisi,

[+]


Artigos

“Preventing them from being adrift”: challenges for professional practice in the Argentinean mental health system for children and adolescents

Axel Levin

This ethnographic article addresses the difficulties, practices, and strategies of the professionals of the only Argentine hospital fully specialized in the treatment of mental health problems of children and adolescents. More specifically, it

[+]


Artigos

Fazendo Crianças: uma iconografia das ibejadas pelos centros, lojas e fábricas do Rio de Janeiro, Brasil

Morena Freitas

As ibejadas são entidades infantis que, junto aos caboclos, pretos-velhos, exus e pombagiras, habitam o panteão da umbanda. Nos centros, essas entidades se apresentam em coloridas imagens, alegres pontos cantados e muitos doces que nos permitem

[+]


Artigos

To migrate and to belong: intimacy, ecclesiastical absence, and playful competition in the Aymara Anata-Carnival of Chiapa (Chile)

Pablo Mardones

The article analyzes the Anata-Carnival festivity celebrated in the Andean town of Chiapa in the Tarapacá Region, Great North of Chile. I suggest that this celebration constitutes one of the main events that promote the reproduction of feelings of

[+]


Artigos

Hauntology e nostalgia nas paisagens turísticas de Sarajevo

Marta Roriz

Partindo de desenvolvimentos na teoria etnográfica e antropológica para os estudos do turismo urbano, este ensaio oferece uma descrição das paisagens turísticas de Sarajevo pela perspetiva do turista-etnógrafo, detalhando como o tempo se

[+]


Memória

David J. Webster em Moçambique: epistolário mínimo (1971-1979)

Lorenzo Macagno

O artigo comenta, contextualiza e transcreve o intercâmbio epistolar que mantiveram, entre 1971 e 1979, o antropólogo social David J. Webster (1945-1989) e o etnólogo e funcionário colonial português, António Rita-Ferreira (1922-2014).

[+]


Dossiê "Géneros e cuidados na experiência transnacional cabo-verdiana"

Género e cuidados na experiência transnacional cabo-verdiana: introdução

Luzia Oca González, Fernando Barbosa Rodrigues and Iria Vázquez Silva

Neste dossiê sobre o género e os cuidados na comunidade transnacional cabo-verdiana, as leitoras e leitores encontrarão os resultados de diferentes etnografias feitas tanto em Cabo Verde como nos países de destino da sua diáspora no sul da

[+]


Dossiê "Géneros e cuidados na experiência transnacional cabo-verdiana"

“Vizinhu ta trocadu pratu ku kada casa”… Cuidar para evitar a fome em Brianda, Ilha de Santiago de Cabo Verde

Fernando Barbosa Rodrigues

Partindo do terreno etnográfico – interior da ilha de Santiago de Cabo Verde – e com base na observação participante e em testemunhos das habitantes locais de Brianda, este artigo é uma contribuição para poder interpretar as estratégias

[+]


Dossiê "Géneros e cuidados na experiência transnacional cabo-verdiana"

“Eu já aguentei muita gente nessa vida”: sobre cuidados, gênero e geração em famílias cabo-verdianas

Andréa Lobo and André Omisilê Justino

Este artigo reflete sobre a categoria cuidado quando atravessada pelas dinâmicas de gênero e geração na sociedade cabo-verdiana. O ato de cuidar é de fundamental importância para as dinâmicas familiares nesta sociedade que é marcada por

[+]


Dossiê "Géneros e cuidados na experiência transnacional cabo-verdiana"

Cadeias globais de cuidados nas migrações cabo-verdianas: mulheres que ficam para outras poderem migrar

Luzia Oca González and Iria Vázquez Silva

Este artigo toma como base o trabalho de campo realizado com mulheres de quatro gerações, pertencentes a cinco famílias residentes na localidade de Burela (Galiza) e aos seus grupos domésticos originários da ilha de Santiago. Apresentamos três

[+]


Dossiê "Géneros e cuidados na experiência transnacional cabo-verdiana"

The difficult balance between work and life: care arrangements in three generations of Cape Verdean migrants

Keina Espiñeira González, Belén Fernández-Suárez and Antía Pérez-Caramés

The reconciliation of the personal, work and family spheres of migrants is an emerging issue in migration studies, with concepts such as the transnational family and global care chains. In this contribution we analyse the strategies deployed by

[+]


Debate

Estrangeiros universais: a “viragem ontológica” considerada de uma perspetiva fenomenológica

Filipe Verde

Este artigo questiona a consistência, razoabilidade e fecundidade das propostas metodológicas e conceção de conhecimento antropológico da “viragem ontológica” em antropologia. Tomando como ponto de partida o livro-manifesto produzido por

[+]


Debate

Universos estrangeiros: ainda a polêmica virada ontológica na antropologia

Rogério Brittes W. Pires

O artigo “Estrangeiros universais”, de Filipe Verde, apresenta uma crítica ao que chama de “viragem ontológica” na antropologia, tomando o livro The Ontological Turn, de Holbraad e Pedersen (2017), como ponto de partida (2025a: 252).1 O

[+]


Debate

Resposta a Rogério Pires

Filipe Verde

Se há evidência que a antropologia sempre reconheceu é a de que o meio em que somos inculturados molda de forma decisiva a nossa compreensão do mundo e de nós mesmos. Isso é assim para a própria antropologia e, portanto, ser antropólogo é

[+]


Debate

Da ontologia da fenomenologia na antropologia: ensaio de resposta

Rogério Brittes W. Pires

Um erro do construtivismo clássico é postular que verdades alheias seriam construídas socialmente, mas as do próprio enunciador não. Que minha visão de mundo, do fazer antropológico e da ciência sejam moldadas por meu ambiente – em

[+]

Nota sobre a capa

Nota sobre a capa

Pedro Calapez

© Pedro Calapez. 2023. (Pormenor) Díptico B; Técnica e Suporte: Acrílico sobre tela colada em MDF e estrutura em madeira. Dimensões: 192 x 120 x 4 cm. Imagem gentilmente cedidas pelo autor. Créditos fotográficos: MPPC / Pedro

[+]

Vol. 28 (3)
2024



Artigos

Conveniências contingenciais: a antecipação como prática temporal dos inspetores do SEF na fronteira aeroportuária portuguesa

Mafalda Carapeto

Este artigo surge no seguimento do trabalho etnográfico realizado num aeroporto em Portugal, onde de junho de 2021 a abril de 2022 acompanhei nos vários grupos e turnos o quotidiano dos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). A

[+]


Artigos

Cotidiano e trajetórias vitais situadas de mulheres idosas (AMBA, província de Buenos Aires, Argentina): a incidência da pandemia de Covid-19

Ana Silvia Valero, María Gabriela Morgante y Julián Cueto

Este trabalho pretende dar conta das interseções entre diferentes aspetos da vida quotidiana e das trajetórias de vida das pessoas idosas num espaço de bairro e a incidência da pandemia de Covid-19. Baseia-se no desenvolvimento sustentado,

[+]


Artigos

As reconfigurações do culture jamming no ambiente digital: o caso dos memes anticonsumismo na campanha #antiblackfriday (Brasil)

Liliane Moreira Ramos

Neste artigo discuto as reconfigurações do fenômeno chamado de culture jamming, característico da dimensão comunicativa do consumo político, a partir da apropriação de memes da Internet como uma ferramenta de crítica ao consumo. Com base na

[+]


Artigos

Informal economies in Bairro Alto (Lisbon): the nocturnal tourist city explained through a street dealer’s life story

Jordi Nofre

The historical neighbourhood of Bairro Alto is the city’s most iconic nightlife destination, especially for tourists visiting Lisbon (Portugal). The expansion of commercial nightlife in this area has been accompanied by the increasing presence of

[+]


Artigos

A pame theory of force: the case of the xi'iui of the Sierra Gorda of Querétaro, Mexico

Imelda Aguirre Mendoza

This text analyzes the term of force (mana’ap) as a native concept formulated by the pames (xi’iui) of the Sierra Gorda de Querétaro. This is related to aspects such as blood, food, cold, hot, air and their effects on the body. It is observed

[+]


Artigos

Convergences and bifurcations in the biographies and autobiographies of indigenous intellectuals from Mexico and Brazil

Mariana da Costa Aguiar Petroni e Gabriel K. Kruell

In this article we present an exercise of reflection on the challenges involved in writing and studying the biographies and autobiographies of indigenous intellectuals in different geographical, historical and political scenarios: Mexico and Brazil,

[+]


Artigos

A história através do sacrifício e da predação: território existencial tikmũ,ũn nas encruzilhadas coloniais entre os estados brasileiros de Minas Gerais e Bahia

Douglas Ferreira Gadelha Campelo

[+]


Artigos

“Pra virar gente”: a imitação afetuosa nas relações das crianças Capuxu com seus bichos

Emilene Leite de Sousa e Antonella Maria Imperatriz Tassinari

Este artigo analisa as experiências das crianças Capuxu com os animais de seu convívio diário, buscando compreender como as relações das crianças com estas espécies companheiras atravessam o tecido social Capuxu conformando o sistema

[+]


Artigos

Laboratórios de ciências biológicas como práticas: uma leitura etnográfica da anatomia vegetal em uma universidade da caatinga (Bahia, Brasil)

Elizeu Pinheiro da Cruz e Iara Maria de Almeida Souza

Ancorado em anotações elaboradas em uma etnografia multiespécie, este texto formula uma leitura de laboratórios de ciências biológicas como práticas situantes de atores humanos e não humanos. Para isso, os autores trazem à baila plantas

[+]


Interdisciplinaridades

Mapas sensíveis nos territórios abandonados de estações férreas na fronteira Brasil-Uruguai

Vanessa Forneck e Eduardo Rocha

Esta pesquisa cartografa e investiga os territórios criados em decorrência do abandono das estações férreas, acentuado a partir dos anos 1980, nas cidades gêmeas de Jaguarão-Rio Branco e Santana do Livramento-Rivera, na fronteira

[+]


Multimodal Alt

Uma etnografia gráfica como forma de afeto e de memória: aflições, espíritos, e processos de cura nas igrejas Zione em Maputo

Giulia Cavallo

Em 2016, três anos depois de ter concluído o doutoramento, embarquei numa primeira tentativa de traduzir a minha pesquisa etnográfica, em Maputo entre igrejas Zione, para uma linguagem gráfica. Através de uma série de ilustrações

[+]


Recursividades

Desanthropic ethnography: between apocryphal stories of water, deep dichotomies and liquid dwellings

Alejandro Vázquez Estrada e Eva Fernández

In this text we address the possibility of deconstructing the relationships – that have water as a resource available to humans – that have ordered some dichotomies such as anthropos-nature, establishing that there are methodologies, theories

[+]


Argumento

A Antropologia da Arte, a Antropologia – história, dilemas, possibilidades

Filipe Verde

Neste ensaio procuro primeiro identificar as razões do lugar marginal que a arte desde sempre ocupou no pensamento antropológico, sugerindo que elas são a influência da conceção estética de arte e da metafísica que suportou o projeto das

[+]


Recensões

Um jovem caçador de lixo na Mafalala, nas décadas de 1960 e 1970

Diogo Ramada Curto

Celso Mussane (1957-) é um pastor evangélico moçambicano. Licenciou-se na Suécia (1994) e tirou o curso superior de Teologia Bíblica na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Londrina no Brasil (2018). Entre 2019 e 2020, publicou

[+]


Recensões

Alberto Corsín Jiménez y Adolfo Estalella, Free Culture and the City: Hackers, Commoners, and Neighbors in Madrid, 1997-2017

Francisco Martínez

Este libro tiene tres dimensiones analíticas: primero, es una etnografía del movimiento de cultura libre en Madrid. Segundo, es un estudio histórico sobre la traducción de lo digital a lo urbano, favoreciendo una nueva manera de posicionarse en

[+]

Revista

Sobre

Equipa Editorial

Autores

Submissão de Artigos

Números

Agora

Sobre

Equipa Editorial

Artigos

Secções

Política de privacidade

Iscte-Instituto Universitário de Lisboa
Edifício 4 - Iscte_Conhecimento e Inovação, Sala B1.130 
Av. Forças Armadas, 40 1649-026 Lisboa, Portugal

(+351) 210 464 057
etnografica@cria.org.pt

Financiado pela FCT, I. P. (UIDB/04038/2020 e UIDP/04038/2020)

© 2025 Revista Etnográfica

Revista

Sobre

Equipa Editorial

Autores

Submissão de Artigos

Números

Agora

Sobre

Equipa Editorial

Artigos

Secções

Política de privacidade

Iscte-Instituto Universitário de Lisboa
Edifício 4 - Iscte_Conhecimento e Inovação, Sala B1.130 
Av. Forças Armadas, 40 1649-026 Lisboa, Portugal

(+351) 210 464 057
etnografica@cria.org.pt

Financiado pela FCT, I. P. (UIDB/04038/2020 e UIDP/04038/2020)

© 2025 Revista Etnográfica

Antropologia urgente

Genealogias audiovisuais, poéticas e memórias afro-indígenas: pelas lentes de artistas - pesquisadoras(es) do Equador e do Brasil

Barbarita Lara, Yuliana Ortiz, Amanda Takuapu/Comunidade Tabaçu Reko Ypy, Katherine Chalá, Génesis Delgado, Darwin Minda, Andrea Chávez, Iván Zambrano, Fabiana Leite, Cleberson Moura, Marianne Sallum, Daniela Balanzátegui

16.11.2024

Art, Afro-Descendant, Indigenous Peoples, Latin America, Orality

This visual essay includes artistic expressions in the context of Afro-Indigenous memories in the Americas. We invited artists, activists, researchers, and allies, especially Afro-Ecuadorian Quilombolas/Cimarronas (from Valle del Chota, Esmeraldas, and Guayaquil, Ecuador) and Tupi Guarani Indigenous people (from the Pyátsagwêra Indigenous Territory (Piaçaguera), São Paulo, Brazil). They’re participating in the 'International Seminar on Indigenous and Afro-descendant Peoples in the Americas: Collaboration, Archaeology, Repatriation, and Heritage' (University of Massachusetts-Boston, United States/University of São Paulo, Brazil) served to poetically present strategies of resistance to colonialism. The essay was constructed from the memories of survival and the future of reparation, liberation, and social justice through voices in verses, songs, and militant images about who we will be as people in solidarity.

DOI: https://doi.org/10.25660/AGORA0023.Q65D-TT83

Arte, Afrodescendente, Povos Indígenas, América Latina, Oralidade

Este ensaio visual reúne expressões artísticas que refletem as memórias Afro-Indígenas nas Américas. Convidámos artistas, ativistas, pesquisadora(o)s e aliada(o)s, especialmente pessoas Afroequatorianas Quilombolas/Cimarronas (do Valle del Chota, Esmeraldas e Guayaquil, Equador) e Indígenas Tupi Guarani (da Terra Indígena Pyátsagwêra (Piaçaguera), São Paulo, Brasil). A sua participação no "Seminário Internacional Povos Indígenas e Afrodescendentes nas Américas: Colaboração, Arqueologia, Repatriação e Patrimônio"(University of Massachusetts-Boston, United States/Universidade de São Paulo, Brasil), serviu para apresentarem poeticamente suas estratégias de resistência ao colonialismo. O ensaio é tecido por memórias de sobrevivência e esperanças de futuros baseados em reparação, libertação e justiça social, expressas por meio de versos, canções e imagens de militância sobre quem seremos como povos solidários.

Arte, Afrodescendiente, Pueblos Indígenas, América Latina, Oralidad

Este ensayo visual incluye expresiones artísticas en el contexto de las memorias Afro-Indígenas en las Américas.  Invitamos a artistas, activistas, investigadores(as) y aliados(as), especialmente personas Afroecuatorianas Quilombolas/Cimarronas (del Valle del Chota, Esmeraldas y Guayaquil, Ecuador) e Indígenas Tupi Guarani (de la Tierra Indígena Pyátsagwêra (Piaçaguera), São Paulo, Brasil). Su participación en el "Seminario Internacional Pueblos Indígenas y Afrodescendientes en las Américas: Colaboración, Arqueología, Repatriación y Patrimonio" (University of Massachusetts-Boston, United States/Universidade de São Paulo, Brasil),  sirvió para presentar poéticamente estrategias de resistencia al colonialismo. El ensayo está tejido por memorias de supervivencia y esperanzas de futuros basados en reparación, liberación y justicia social, expresados a través de versos, canciones e imágenes de militancia sobre quienes seremos como pueblos hermandados.

Art, Afro-descendants, Peuples autochtones, Amérique latine, Oralité
Cet essai visuel comprend des expressions artistiques dans le contexte des mémoires afro-indigènes dans les Amériques.  Nous invitons les artistes, les activistes, les chercheurs et les alliés, en particulier les Quilombolas/Cimarronas afro-équatoriens (de la vallée de Chota, Esmeraldas et Guayaquil, Équateur) et les Tupi Guarani indigènes (de la terre indigène Pyátsagwêra (Piaçaguera), São Paulo, Brésil). Sa participation au séminaire international « Indigenous Peoples and Afro-descendants in the Americas : Collaboration, Archaeology, Repatriation and Heritage » (University of Massachusetts-Boston, United States/Universidade de São Paulo, Brazil), a permis de présenter de manière poétique des stratégies de résistance au colonialisme. L'essai est tissé de souvenirs de survie et d'espoirs d'avenir fondés sur la réparation, la libération et la justice sociale, exprimés par des vers, des chansons et des images de militantisme sur ce que nous serons en tant que peuples frères et sœurs.

A secção Antropologia Urgente consiste em artigos em jeito de ensaio curto sobre temáticas prementes no duplo âmbito de uma antropologia da urgência e de uma antropologia dos afectos, mas igualmente que marquem agendas públicas ou que exploram realidades e fenómenos invisibilizados.


Este ensaio visual reúne expressões artísticas que refletem as memórias Afro-Indígenas nas Américas. Convidámos artistas, ativistas, pesquisadora(o)s e aliada(o)s, especialmente pessoas Afroequatorianas Quilombolas/Cimarronas (do Valle del Chota, Esmeraldas e Guayaquil, Equador) e Indígenas Tupi Guarani (da Terra Indígena Pyátsagwêra (Piaçaguera), São Paulo, Brasil). A sua participação no "Seminário Internacional Povos Indígenas e Afrodescendentes nas Américas: Colaboração, Arqueologia, Repatriação e Patrimônio"(University of Massachusetts-Boston, United States/Universidade de São Paulo, Brasil), serviu para apresentarem poeticamente suas estratégias de resistência ao colonialismo. O ensaio é tecido por memórias de sobrevivência e esperanças de futuros baseados em reparação, libertação e justiça social, expressas por meio de versos, canções e imagens de militância sobre quem seremos como povos solidários.




A arte é uma extensão de nossa política para este mundo. Leva nossas demandas a pessoas que nunca saberiam de nossa existência por outros caminhos. A arte motiva e faz com que mais pessoas reivindiquem seus lugares na trajetória histórica do país.


Jaider Esbell Makuxi, 2020


Introdução
O uso da linguagem poética e outras formas de arte "como recurso metodológico contra-hegemônico na prática arqueológica (acadêmica)" (Passos 2019: 16) é o fio condutor deste ensaio, que apresenta diversas formas de expressão de artistas-investigadora(e)s que buscam despertar o pensamento crítico frente às variadas formas de opressão que ameaçam e atentam contra a liberdade na América Latina. A peça resulta do terceiro painel do "Seminário Internacional Povos Indígenas e Afrodescendentes nas Américas: Colaboração, Arqueologia, Repatriação e Patrimônio", coordenado por pesquisadora(e)s do Equador, Brasil e Estados Unidos: Daniela Balanzátegui (Balanzátegui et al. 2021), Marianne Sallum (Sallum 2024), Stephen W. Silliman (Silliman 2008) e Astolfo Araujo (Araujo et al. 2018). O painel inclui trabalhos que retratam a memória Afroecuatoriana (Valle del Chota, Esmeraldas e Guayaquil, Equador) e Tupi Guarani (Terra Indígena Pyátsagwêra (Piaçaguera), São Paulo, Brasil), por meio da poesia, canções em línguas originárias e fotografias. Os dois primeiros painéis, "Arqueologias Indígenas, Territórios e Direitos Humanos" e "Construindo redes afetivas Afroindígenas: mulheres, educação e ativismo na América Latina", também publicados no AGORA, inserem-se na construção de redes de aprendizado e afeto entre líderes, lideranças, ativistas, artistas, pesquisadora(e)s Afrodescendentes, Indígenas e aliada(o)s. Partem do compromisso com uma arqueologia antirracista, que atende às demandas sociais e políticas, priorizando o conhecimento produzido pelas mulheres, com o objetivo de fornecer instrumentos pedagógicos tangíveis que contribuam para o ensino para além das espaços académicos (Chalá et al. 2024; Tuxá et al. 2024).

A proposta busca encontrar maneiras de superar as perspectivas acadêmicas tradicionais e suas estruturas rígidas, frequentemente desconectadas dos lugares e das pessoas interessadas. Inspirada(o)s pela abordagem de Whitney Battle-Baptiste (2011) sobre a Arqueologia Feminista Negra, que propõe a não existência de uma fórmula estabelecida, defendemos aproximações que integrem teorias e práticas de diversas disciplinas, e incluindo a oralidade, a poesia e a produção audiovisual. Sugerimos, portanto, a importância de destacar as variadas expressões artísticas e seus valores apreciados localmente como pontos de partida, referências para pensar as demandas e práticas que se conectam com a ancestralidade, mas que também têm relevância no presente e nas perspectivas para o futuro. O que denominamos Arte Indígena e Afrodescendente (Silva 2016) resultou de conhecimentos transmitidos entre muitas gerações, que não se limitam aos materiais e técnicas, mas que se estendem às relações sociais entre humanos e não humanos, integrando transformações e agenciamentos. O espírito optimista das manifestações artísticas aqui apresentadas abre portas para revitalizar as memórias, epistemologias e formas de ver o mundo a partir da diversidade de metodologias e linguagens.

Temos visto como intelectuais e artistas Afrodescendentes e Indígenas têm liderado a nível mundial os processos de defesa pelos direitos humanos e proteção da biodiversidade de seus territórios (Edwards 2003; Gates 2023; Isael e Sueli Maxacali 2022). Este trabalho é um seguimento da tradição contestatária da arte Afro-Indígena, que faz parte da aposta a uma modernidade reimaginada a partir da libertação, da convivência harmônica e do direito a uma vida digna. As memórias desses povos se expressam na voz das poetisas, nas imagens dos territórios ancestrais, na ilustração e na fotografia que desafia a passividade, o silenciamento e as dualidades essencialistas. Essas expressões são entrelaçadas pela escritora Afroecuatoriana Yuliana Ortiz numa reflexão crítica e poética de sua experiência pessoal pela liberação da dominação colonial/patriarcal, com a qual fechamos este ensaio.



Memórias Afroequatorianas Quilombolas/Cimarronas e Indígenas Tupi Guarani de São Paulo:  


Figura 1. “Conversas que preservam: a importância da palavra para o patrimônio Afrodescendente”. Na imagem: Carlos Arce e Amada Elisa Minda compartilhando seus conhecimentos sobre o território ancestral Afroequatoriano - Comunidade de Cuajara - onde se guardam histórias de dor e sofrimento sobre a escravidão, a atividade agrícola e o trabalho nas ferrovias como meios de sobrevivência. Técnica: Fotografia colorida. Foto: Darwin Minda e Katherine Chalá, 2023.


Vídeo 1

Pés e ligeirinhas:




Figura 2. A liderança Catarina Nimbopuruá Delfina dos Santos, Tupi Guarani da Aldeia Tapirema, Peruíbe, São Paulo. Oficina de revitalização Linguística. Técnica: Fotografia colorida. Foto: Amanda Takuapu e Comunidade Tabaçu Reko Ypy, 2024.


Vídeo 2

Raízes:





Figura 3. Professor Juan García e professora Barbarita Lara homenageando o professor Juan. Universidade Andina Simón Bolivar (Quito, Equador). Técnica: Fotografia colorida. Foto: Ivan Zambrano, 2017.



Figura 4. Retrato de Renato Kuaray O’ea da Comunidade Tupi Guarani, Peruíbe, São Paulo. Técnica: Fotografia colorida. Foto: Amanda Takuapu e Comunidade Tabaçu Reko Ypy, 2024.


Vídeo 3




Figura 5. “Trapiche de Mascarilla (Valle del Chota): Memória, Transformação e Trabalho Quilombola”. O trapiche é uma herança viva da memória Afroequatoriana, resguardado pela associação de mulheres “Grupo Artesanal Esperança Negra” - GAEN. Técnica: Fotografia colorida. Foto: Andrea Chávez, 2023.



Figura 6. Artista Betty Arroyo e sua obra “Atrás da Última Ceia” (acrílico e textil em tela), Guayaquil, Equador. Técnica: Fotografia colorida. Foto: Genesis Delgado, 2023.



Figura 7. Oficina de Revitalização Linguística. Comunidade Tupi Guarani, Peruíbe, São Paulo. Técnica: Fotografia P&B. Foto: Amanda Takuapu e Comunidade Tabaçu Reko Ypy, 2024.   


Vídeo 4

Senhor vieste para ficar:




Crianças na praia

Por Yuliana Ortiz Ruano

Para traçar coordenadas entre o nascimento e a foz dos prazeres, ou os eventos que me aproximaram dele, primeiro amplio minhas possibilidades do eu. Atravesso aquele limiar como uma experiência descascada. É como se eu estivesse tirando a pele morta, como se o eu fosse uma membrana transparente e até inquebrável, que ao ser permeada agência um corpo coletivo. Esta maneira de se conceber como um corpo múltiplo, um corpo de manada; uma massa populosa de seres correndo pelo fluxo sanguíneo, ofegando atrás das minhas células, é para mim o mais próximo da primeira percepção do prazer no meu pequeno corpo de menina na praia.

Como se duas pernas não fossem suficientes, corri de forma doentia do carro de minha mãe até a praia, com um desespero que não cabia em meu corpo. Uma força que me fazia quebrar as pernas quando eu caía. Uma força desenfreada que minha anatomia não conseguia processar. Tanto emaranhado não cabia em um corpo pequeno, que este, para se proteger, abortou a missão do trote. Ele desapareceu.

Tudo o que me dava prazer estava fora de meu corpo e em relação a outros corpos. O ardor de pisar na areia fervente e depois cavar um pequeno buraco com os pés, até me ver aliviado pela areia molhada no fundo da praia. Um núcleo de areia fria habitando as solas dos meus pés. A dor de abrir os olhos sob a água salgada, apenas para me ver chorando por um mar microscópico deitado de barriga para cima na praia. O milagre de observar de perto, e pela primeira vez, o cadáver de uma baleia encalhada na praia de Las Palmas.

Embora sem saber dar um nome ao que sentia, ao toque e ao encontro do corpo com outros corpos, havia a certeza de que esses corpos eram meus, tanto quanto eu era deles. Um pertencimento mútuo e uma maneira de adquirir formas diferentes. A areia que passava pela minha derme era também a minha derme abrindo caminho para as partículas/células inertes da praia. Como não tenho nenhuma lembrança racional da primeira vez que vi o mar, nunca deixei de olhar para ele com admiração. Ele nunca deixou de me comover, com a intensidade indescritível de alguém que se torna uma menina nas garras de um animal gigante.

A pele é o maior órgão do corpo, mas essa pele presa aos nossos ossos não é apenas uma pele. Eu nunca consegui entender ou sentir o processo de solidão como algo válido. Eu nunca estava sozinho, havia os objetos que exerciam seu olhar oblíquo sobre mim durante a noite. Os livros em relação filial de ódio com poeira e fiapos esperando para serem pegos. As xícaras de porcelana para brincar de comer também penetravam em meus olhos a ponto de fazê-los gritar por dentro. E as botas da casa da minha avó com os tecidos que deixavam meus dedos desesperados. Às vezes, não era eu que as procurava, mas elas exigiam ser tocadas.

A questão das margens, por sua vez, é levar o prazer a sério, minha cabeça não faz nada além de me levar de volta à infância, que é para mim, até hoje, a era do prazer imperceptível. Na casa onde passei meus primeiros anos, havia uma goiabeira, uma macieira e um número inominável de criaturas vegetais que impunham sua presença no pátio. Mas a goiabeira e a macieira eram os deuses daquele reino verde e marrom. Meu corpo se movia involuntariamente em direção a elas com tanta força que às vezes eu não sabia quem estava subindo em quem. Às vezes eu sonhava que era uma árvore e via como de minhas mãos, de meus dedos, de meus cabelos, caíam goiabas cantando como luas cheias de pequenos vermes brancos que eu ainda devorava com urgência.

Aquelas árvores eram as minhas outras árvores, pensei. Elas eram marrons e brilhantes, com os troncos às vezes ficando verdes. Às vezes, estavam repletas de formigas; às vezes, as folhas caíam no chão, enquanto eu soltava um grito agudo da porta dos fundos que dava para o pátio. Pensei: a queda de uma folha é a queda de uma mecha de cabelo, como as que eu arranco quando desembaraço o cabelo no chuveiro, então eu pegava as folhas e as enterrava no mesmo buraco secreto onde eu enterrava meu cabelo. Juntos, os fios de cabelo e as folhas formavam um eu mais verde e desintegrado.

Eu também passava horas intermináveis subindo em seus galhos e conversava comigo mesmo. As árvores respondiam soltando suas peles em meu corpo ou no chão. Havia toda uma série de encontros entre a terra ao redor das árvores, meu corpo magro, quase vegetal, e os outros arbustos. Às vezes, eu queria estender a mão e abraçar as duas árvores em meu peito. Eu me esforçava tanto que abria as pernas e os braços, tentando me expandir para trazê-las para mais perto de mim. A dor após o ritual de tentar ser um só com elas também era um encontro precioso com a alegria. Caminhei como um caranguejo até que minhas pernas estivessem novamente em seu estado natural.

Quando falo de prazer, volto à infância, ao encontro nunca inocente das primeiras formas de explorar meu corpo em relação aos corpos vivos que me cercavam. Em relação também aos corpos não atuantes, que para mim estavam tão presentes que respirar e bater teria sido um escândalo desnecessário. As coisas nasciam e viviam desde meus olhos até minha língua. Minha língua também vivia com aquelas coisas às quais aderiu para reconhecê-las, para saber que existiam. A infância é o toque excessivo do mundo e o toque excessivo é: o olho tocando a água, a água olhando atentamente para a íris; a íris atormentada pelo sal que entra; a terra entrando no canto entre minhas unhas e minha pele, fazendo de minhas fendas e cavidades um lar infinito; a fruta vermeia povoando o interior de minha garganta. O corpo invertebrado de uma lesma deslizando sua umidade entre meus dedos; meus dedos dando pequenos espasmos com a umidade; um verme da cor de um tomate de árvore aberto cavando um buraco no topo da folha, meu nariz respirando o som do inseto. O som de um cano se abrindo com o golpe agudo de um facão, derramando sua água como a água de uma mulher se rompendo; a pele do cano macio e transparente grudando pouco a pouco no céu da minha boca.

O cheiro de madeira quando foi quebrada pelas mãos de homens grandes, a terra que serviu de lar para as lascas de um tronco de árvore liberando um novo cheiro de terra com madeira cortada. O mar tentando entrar inteiro pelas minhas pernas, pela minha boca; a areia que povoou meu cabelo e nunca quis ir embora; a água que repousava esverdeada em um vaso de flores vazio, um ecossistema vivo e invisível; uma mancha verde que clamava para ser olhada, para ser respirada. Tudo isso, palpável no passado que é meu eu mais latente, ainda é, o prazer desdobrado diante dos corpos.

Para escrever, localizo o corpo na geografia, desdobro-o em minha mente como se desdobra um mapa, ou seja, a abstração da geografia. Não tenho certeza se acesso a realidade por meio do que os mapas me mostram; quando criança, eu achava que os mapas eram uma verdade tátil. Eu acessava o mundo, ou enchia minha cabeça com imagens acústicas do que eu achava que era o mundo, por meio dos mapas que vinham nos atlas. Cresci com professores que confiavam nos livros como uma possibilidade do real.

Talvez tenha sido aos dezoito anos, quase tarde demais, que percebi que Limones, La Tolita de los Ruano e Canchimalero não constavam dos mapas aos quais eu tinha acesso até então. Eu havia caminhado ao longo da margem de Canchimalero em mais de uma ocasião. Onde estavam essas margens subsumidas pela inexistência nos mapas, o mapeamento - pensei - também é excludente, além da necessidade de tempo daqueles que fazem a cartografia ou da ignorância territorial, de boas ou más intenções, o mapeamento é excludente e as margens onde eu sentia a vida não estavam nos mapas ou nos livros.

Para escrever, coloco meu corpo na praia, uma praia que muda porque o que está perto do mar está sempre sujeito a uma transformação rápida e radical, essa praia em constante mudança, que meu corpo infantil percebia como infinita.

Na minha infância, a praia era o que mais se aproximava da liberdade; ao pé do mar, você podia fazer qualquer coisa: fazer construções absurdas para vê-las cair na água, nadar nu enquanto via arraias gigantes saltando ao longe e tinha de fugir delas, encontrar ouriços-do-mar achatados que, mais tarde, eu descobriria em um livro de biologia marinha que esse tipo de ouriço-do-mar era chamado de dólar-do-mar de cinco furos, mellita quinquiesperforata, e que só é encontrado no Atlântico. Mas eu tinha certeza de que aqueles eram os ouriços-do-mar que meus pés experimentavam quando eu era criança.

O que os livros estavam me dizendo novamente?

A costa era o espaço da festa, de correr sem limites de uma ponta a outra, e a fronteira do mar podia ser cruzada submergindo o corpo, tornando-se um com as criaturas que habitam a água. Mas pensar na orla é também lembrar que, nas cidades coloniais, os poderosos não se aproximavam desse espaço que beirava o mar, por medo de serem invadidos por piratas.

Para chegar à praia, era preciso caminhar muitos quilômetros sob o sol e a sombra das árvores, porque, embora fosse perto, a praia não era totalmente acessível para nós. Da praia, podia-se ver as casas dos proprietários da praia, que, no fundo, sonhavam em fechá-la para sempre, para evitar que as filhas do proletariado negro abusivo invadissem sua paisagem.

Mas, para o meu eu infantil, guiado pelo rebanho de tias, as meninas, estávamos pouco ou nada interessadas em pensar no que aqueles olhos do conforto das varandas pensavam sobre nós. Pegávamos nossos biquínis, óculos escuros, bolsas de palha e chonta e saíamos a pé em direção à praia.

As primeiras fotos públicas que tenho quando bebê foram tiradas na costa de Las Palmas. Meu corpo nu, que mal tinha aprendido a se sentar, estava apoiado em uma camisa de futebol, de lado, com uma garrafa de Pilsener segurando a camisa para evitar que ela fosse levada pelo vento e, ao fundo, muitos corpos dançando, seminus, desfrutando da soberania da praia.

Falo de um eu em relação a outros não humanos, porque não é porque alguém nasceu em uma ilha e vive perto da costa que existe um vínculo filial inerente com ela. Algumas das pessoas do bairro onde cresci odiavam a areia e odiavam entrar no mar. Outras tinham até medo do mar. Havia também pessoas que não suportavam as festas, o barulho e o escândalo que a praia trazia. Talvez por isso, na década de 2000, havia praias particulares na província de Esmeraldas onde as pessoas que haviam crescido ali durante toda a vida não podiam entrar nem sonhar em se estabelecer para desfrutar de sua praia.

Na minha infância, eu sentia que pertencia àquele espaço que margeava a água e os moluscos. Que deveria haver alguma maneira de ficar na praia, um território que parecesse um lar, um lugar de abrigo e diversão, mas também de eventos, com tudo o que os eventos implicam: aquilo que é difícil de entender com palavras. Tudo o que nos esvazia da linguagem.

Em minha concepção pessoal, e talvez influenciada por minha condição fronteiriça, ser uma mulher afrodescendente, negra, palenquera, não é ter um país, mas flutuar entre as margens, possibilitar encontros não verbais com tudo o que o compõe. Essa margem que muitas vezes queimou meus pés, esse mar que em mais de uma ocasião quis me engolir e devolveu meu corpo ofegante à areia cheia de exoesqueletos.

É desse território que está sendo tirado de nós pelo narcotráfico, pela violência, mas também pelo turismo, que nasceu a voz de Ainhoa. Minha menina que emergiu do naufrágio do mar dentro de mim, para reativar uma possível forma de existir por meio da literatura.

Uma garota que transborda e muda constantemente como o mar, que sabe que veio das profundezas do oceano, daquelas temperaturas e pressões atmosféricas que um corpo humano não consegue suportar e, por isso, sempre pretende voltar a ele. Na praia, sou sempre outro, me desnudo e me ressignifico e até perco a identidade... dessa perda, desse não saber. Desse tatear, como caminhar na areia quente ao meio-dia, dessa constante dúvida sobre a linguagem como um dispositivo libertador, eu escrevo.

Escrevo cheio de perguntas e sinuosidades. Sonhando, talvez, com a invenção de outra língua.

Autorias

Barbarita Lara (mabalaca@yahoo.es) - Coordinadora Nacional de Mujeres Negras-Capítulo Carchi (CONAMUNE-Capítulo Carchi), colaboradora del Laboratorio de Arqueología Histórica Latinoamericana.
Yuliana Ortiz (yulianaortiz561@gmail.com)- Universidad de las Artes- Guayaquil, Ecuador.
Amanda Takuapu/Comunidade Tabaçu Reko Ypy (Hello@activatedliving.us) -Tierra Indígena de Piaçaguera, São Paulo, Brasil. 
Katherine Chalá (Katherine.chala@uaw.edu.ec) - Centro de Investigación de Estudios de África y Afroamérica (CEAA). 
Genesis Delgado (genesis-santay@hotmail.com)- Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (CIESAS) en México, investigadora en el Laboratorio de Arqueología Histórica Latinoamericana de la Universidad de Massachusetts Boston. 
Darwin Minda (darwinelsonero@gmail.com) Centro de Investigación de Estudios de África y Afroamérica (CEAA), Universidad Intercultural de las Nacionalidades y Pueblos Indígenas Amawtay Wasi.
Andrea Chávez (andrea.chavez002@umb.edu) - Universidad de Massachusetts Boston, Estados Unidos. 
Iván Zambrano (sacha_samay@hotmail.com) - Investigador independiente, Ecuador - Estados Unidos.
Fabiana Leite (flsketch@gmail.com) - Universidad Estatal de Campinas, Brasil. 
Cleberson Moura (clebersonmoura@gmail.com) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, Brasil. 
Marianne Sallum (marianne.sallum@gmail.com) – Laboratório de Estudos Arqueológicos (LEA), Universidade Federal de São Paulo, Brasil. UNIARQ – Centro de Arqueología de la Universidad de Lisboa, Portugal. 
Daniela Balanzátegui (daniela.balanzategui@umb.edu ) – Universidad de Massachusetts Boston, Estados Unidos.

Para saber mais... 

Catarina Nimbopyruá Delfina dos Santos: https://www.instagram.com/catarina_tupiguarani/


Ivan Zambrano: https://www.ivanzartist.com/


Daniela Balanzátegui, Andrea Chávez, Barbarita Lara, Génesis Delgado: https://lahalab.com/ 


Yuliana Ortiz: https://www.instagram.com/yuliana_ortiz_ruano/


Darwin Minda: https://www.youtube.com/user/sonero4 


Amanda Takuapu: https://www.instagram.com/activatedliving/


Cleberson H. Moura: http://lattes.cnpq.br/8343007497758405


Marianne Sallum: https://www.uniarq.net/mariannesallum.html


Fabiana Leite: https://br.linkedin.com/in/fabiana-leite-560806147




Agradecimentos

As autorias agradecem aos editores da Etnográfica, especialmente a Humberto Martins, Renata de Sá Gonçalves e Mafalda Melo Sousa. Agradecimentos para Ping-Ann Addo (UMass Boston) e Francisco S. Noelli (ULisboa). M. Sallum: FAPESP – Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (2019/17868-0, 2021/09619-0, 2019/18664-9, 2024/04746-1).


Bibliografia


ARAUJO, Astolfo, Francisco PUGLIESE, Rafael SANTOS, y Mercedes OKUMURA, 2018, “Extreme cultural persistence in eastern-central Brazil: the case of Lagoa Santa Paleaeoindians”, Anais da Academia Brasileira de Ciências, 90 (2 supl. 1): 2501-2521.

BALANZÁTEGUI, Daniela, Ana María MORALES, y María Barbarita LARA, 2021, “ ‘Cimarrona soy’: Aprendizajes sobre estrategias históricas de resistencia de mujeres afroecuatorianas”, Praxis Arqueológica, 2 (1): 70-85.

BATTLE-BAPTISTE, Whitney, 2011, Black Feminist Archaeology. Walnut Creek: Left Coast Press.

CHALÁ, Katherine, Daniela BALANZATEGUI, Valentina ROMERO, Catarina Nimbopyruá Delfina dos SANTOS, María Celeste Sánchez SÚGIA, Watatakalu YAWALAPITI, Maria JOHN, and Marianne SALLUM, 2024, Building Afro-indigenous affective networks: women, education, and activism in Latin America. Agora. https://etnografica.cria.org.pt/en/agora/222.

EDWARDS, Brent Hayes, 2003, “The practice of diaspora: Literature, translation, and the rise of black internationalism.” Harvard University Press.

ESBELL, Jaider, 2020, “A arte é uma extensão da nossa política para este mundo”, Revista Gama, Available at: https://gamarevista.uol.com.br/formato/conversas/indigena-artista-jaider-esbel-arte-e-politica/ (last accessed September 2024).

GATES, Theaster, 2023, Art21, “Theaster Gates in “Chicago” Season 8, Youtube Video, 15:28, March 20, 2023. Available at: https://www.youtube.com/watch?v=lQEihxIlGOY (last accessed September 2024).

MAXACALI, Isael y Sueli, 2022, Artérias, SESC TV, Available at: https://youtu.be/S0WkmJ66W1I?si=fTEkw4E4Wgxu_rh6 (last accessed October 2024).

PASSOS, Lara de Paula, 2019, Arqueopoesia: uma proposta feminista afrocentrada para o universe arqueológico, Master's dissertation, Programa de Pós Graduação em Antropologia, Universidade Federal de Minas Gerais.

SALLUM, Marianne, 2024, Gênero, Materialidades e Linguística da Interação/Confluência: Mulheres Indígenas e Afrodescendentes na Arqueologia Histórica de São Paulo, Revista Brasileira de Linguística Antropológica, 16: 69-98.

SILLIMAN, Stephen W., 2008, “Collaborative indigenous archaeology: troweling at the edges, eyeing the center”, in Stephen W. Silliman (org.), Collaborating at the Trowel’s Edge: Teaching and Learning in Indigenous Archaeology. Tucson, AZ: University of Arizona Press, 1-21.

SILVA, Renato Araujo da, 2016, Arte Afro-Brasileira: altos e baixos de um conceito. São Paulo: Ferreavox.

TUXÁ, Yacunã, Natasha GAMBRELL, Luã APYKÁ, Blaire MORSEAU, Stephen SILLIMAN, Daniela BALANZATEGUI, and Marianne SALLUM, 2024,  Indigenous Archaeologies, Territories, and Human Rights: Dialogues among Representatives of the Tupi Guarani, Tuxá, and Eastern Pequot. Agora. https://etnografica.cria.org.pt/en/agora/215.

< Voltar

Revista

Sobre

Equipa Editorial

Autores

Submissão de Artigos

Números

Agora

Sobre

Equipa Editorial

Artigos

Secções

Política de privacidade

Iscte-Instituto Universitário de Lisboa
Edifício 4 - Iscte_Conhecimento e Inovação, Sala B1.130 
Av. Forças Armadas, 40 1649-026 Lisboa, Portugal

(+351) 210 464 057
etnografica@cria.org.pt

Financiado pela FCT, I. P. (UIDB/04038/2020 e UIDP/04038/2020)

© 2025 Revista Etnográfica

Revista

Sobre

Equipa Editorial

Autores

Submissão de Artigos

Números

Agora

Sobre

Equipa Editorial

Artigos

Secções

Política de privacidade

Iscte-Instituto Universitário de Lisboa
Edifício 4 - Iscte_Conhecimento e Inovação, Sala B1.130 
Av. Forças Armadas, 40 1649-026 Lisboa, Portugal

(+351) 210 464 057
etnografica@cria.org.pt

Financiado pela FCT, I. P. (UIDB/04038/2020 e UIDP/04038/2020)

© 2025 Revista Etnográfica