English

Português

Español

Français

Coloque el mensaje aquí

Revista

Sobre

Editorial Team

Autores

Submissão de Artigos

Números

Agora

Sobre

Editorial Team

Artigos

Sections

Vol. 29 (1)
2025



artigos

“Chega desta falsa guerra”: ecologias de valor, operários e ambientalistas na Itália do Sul

Antonio Maria Pusceddu

Este artigo mobiliza as ecologias de valor como um quadro concetual para dar conta dos conflitos, contradições e dilemas decorrentes da experiência da crise socioecológica contemporânea. Baseia-se num trabalho de campo etnográfico em Brindisi,

[+]


artigos

“Evitar que queden a la deriva”: desafíos de la práctica profesional en el sistema de salud mental argentino para niños/as y adolescentes

Axel Levin

Esta investigación etnográfica aborda las dificultades, prácticas, y estrategias de los/las profesionales del único hospital argentino especializado, íntegramente, en el tratamiento de problemáticas en salud mental de niños, niñas, y

[+]


artigos

Fazendo Crianças: uma iconografia das ibejadas pelos centros, lojas e fábricas do Rio de Janeiro, Brasil

Morena Freitas

As ibejadas são entidades infantis que, junto aos caboclos, pretos-velhos, exus e pombagiras, habitam o panteão da umbanda. Nos centros, essas entidades se apresentam em coloridas imagens, alegres pontos cantados e muitos doces que nos permitem

[+]


artigos

Migrar y seguir perteneciendo: intimidad, ausencia eclesiástica y competencia lúdica en la Anata-Carnaval aymara de Chiapa (Chile)

Pablo Mardones

El artículo analiza la fiesta de la Anata-Carnaval en el pueblo precordillerano Chiapa en la región de Tarapacá, Norte Grande de Chile. Se sugiere que esta celebración se constituye como evento principal de reproducción de sentidos de

[+]


artigos

Hauntology e nostalgia nas paisagens turísticas de Sarajevo

Marta Roriz

Partindo de desenvolvimentos na teoria etnográfica e antropológica para os estudos do turismo urbano, este ensaio oferece uma descrição das paisagens turísticas de Sarajevo pela perspetiva do turista-etnógrafo, detalhando como o tempo se

[+]


Memoria

David J. Webster em Moçambique: epistolário mínimo (1971-1979)

Lorenzo Macagno

O artigo comenta, contextualiza e transcreve o intercâmbio epistolar que mantiveram, entre 1971 e 1979, o antropólogo social David J. Webster (1945-1989) e o etnólogo e funcionário colonial português, António Rita-Ferreira (1922-2014).

[+]


Dossier «Género y cuidados en la experiencia transnacional caboverdiana»

Género e cuidados na experiência transnacional cabo-verdiana: introdução

Luzia Oca González, Fernando Barbosa Rodrigues and Iria Vázquez Silva

Neste dossiê sobre o género e os cuidados na comunidade transnacional cabo-verdiana, as leitoras e leitores encontrarão os resultados de diferentes etnografias feitas tanto em Cabo Verde como nos países de destino da sua diáspora no sul da

[+]


Dossier «Género y cuidados en la experiencia transnacional caboverdiana»

“Vizinhu ta trocadu pratu ku kada casa”… Cuidar para evitar a fome em Brianda, Ilha de Santiago de Cabo Verde

Fernando Barbosa Rodrigues

Partindo do terreno etnográfico – interior da ilha de Santiago de Cabo Verde – e com base na observação participante e em testemunhos das habitantes locais de Brianda, este artigo é uma contribuição para poder interpretar as estratégias

[+]


Dossier «Género y cuidados en la experiencia transnacional caboverdiana»

“Eu já aguentei muita gente nessa vida”: sobre cuidados, gênero e geração em famílias cabo-verdianas

Andréa Lobo and André Omisilê Justino

Este artigo reflete sobre a categoria cuidado quando atravessada pelas dinâmicas de gênero e geração na sociedade cabo-verdiana. O ato de cuidar é de fundamental importância para as dinâmicas familiares nesta sociedade que é marcada por

[+]


Dossier «Género y cuidados en la experiencia transnacional caboverdiana»

Cadeias globais de cuidados nas migrações cabo-verdianas: mulheres que ficam para outras poderem migrar

Luzia Oca González and Iria Vázquez Silva

Este artigo toma como base o trabalho de campo realizado com mulheres de quatro gerações, pertencentes a cinco famílias residentes na localidade de Burela (Galiza) e aos seus grupos domésticos originários da ilha de Santiago. Apresentamos três

[+]


Dossier «Género y cuidados en la experiencia transnacional caboverdiana»

El difícil equilibrio entre trabajo y vida: arreglos para el cuidado de tres generaciones de migrantes caboverdianas

Keina Espiñeira González, Belén Fernández-Suárez and Antía Pérez-Caramés

La conciliación de las esferas personal, laboral y familiar de las personas migrantes es un tema emergente en los estudios migratorios de mano de conceptos como el de familia transnacional o las cadenas globales de cuidados. En esta contribución

[+]


Debate

Estrangeiros universais: a “viragem ontológica” considerada de uma perspetiva fenomenológica

Filipe Verde

Este artigo questiona a consistência, razoabilidade e fecundidade das propostas metodológicas e conceção de conhecimento antropológico da “viragem ontológica” em antropologia. Tomando como ponto de partida o livro-manifesto produzido por

[+]


Debate

Universos estrangeiros: ainda a polêmica virada ontológica na antropologia

Rogério Brittes W. Pires

O artigo “Estrangeiros universais”, de Filipe Verde, apresenta uma crítica ao que chama de “viragem ontológica” na antropologia, tomando o livro The Ontological Turn, de Holbraad e Pedersen (2017), como ponto de partida (2025a: 252).1 O

[+]


Debate

Resposta a Rogério Pires

Filipe Verde

Se há evidência que a antropologia sempre reconheceu é a de que o meio em que somos inculturados molda de forma decisiva a nossa compreensão do mundo e de nós mesmos. Isso é assim para a própria antropologia e, portanto, ser antropólogo é

[+]


Debate

Da ontologia da fenomenologia na antropologia: ensaio de resposta

Rogério Brittes W. Pires

Um erro do construtivismo clássico é postular que verdades alheias seriam construídas socialmente, mas as do próprio enunciador não. Que minha visão de mundo, do fazer antropológico e da ciência sejam moldadas por meu ambiente – em

[+]

Nota sobre la cubierta

Nota sobre la cubierta

Pedro Calapez

© Pedro Calapez. 2023. (Pormenor) Díptico B; Técnica e Suporte: Acrílico sobre tela colada em MDF e estrutura em madeira. Dimensões: 192 x 120 x 4 cm. Imagem gentilmente cedidas pelo autor. Créditos fotográficos: MPPC / Pedro

[+]

Vol. 28 (3)
2024



Artigos

Conveniências contingenciais: a antecipação como prática temporal dos inspetores do SEF na fronteira aeroportuária portuguesa

Mafalda Carapeto

Este artigo surge no seguimento do trabalho etnográfico realizado num aeroporto em Portugal, onde de junho de 2021 a abril de 2022 acompanhei nos vários grupos e turnos o quotidiano dos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). A

[+]


Artigos

Vida cotidiana y trayectorias vitales situadas de mujeres mayores (AMBA, provincia de Buenos Aires, Argentina): la incidencia de la pandemia por Covid-19

Ana Silvia Valero, María Gabriela Morgante y Julián Cueto

Este trabajo se propone dar cuenta de las intersecciones entre distintos aspectos de la vida cotidiana y las trayectorias vitales de personas mayores en un espacio barrial, y la incidencia de la pandemia por Covid-19. Se basa en el desarrollo

[+]


Artigos

As reconfigurações do culture jamming no ambiente digital: o caso dos memes anticonsumismo na campanha #antiblackfriday (Brasil)

Liliane Moreira Ramos

Neste artigo discuto as reconfigurações do fenômeno chamado de culture jamming, característico da dimensão comunicativa do consumo político, a partir da apropriação de memes da Internet como uma ferramenta de crítica ao consumo. Com base na

[+]


Artigos

Informal economies in Bairro Alto (Lisbon): the nocturnal tourist city explained through a street dealer’s life story

Jordi Nofre

The historical neighbourhood of Bairro Alto is the city’s most iconic nightlife destination, especially for tourists visiting Lisbon (Portugal). The expansion of commercial nightlife in this area has been accompanied by the increasing presence of

[+]


Artigos

Una teoría pame de la fuerza: el caso de los xi'iui de la Sierra Gorda de Querétaro, México

Imelda Aguirre Mendoza

En este texto se analiza el término de fuerza (mana’ap) como un concepto nativo formulado por los pames (xi’iui) de la Sierra Gorda de Querétaro. Éste se encuentra relacionado con aspectos como la sangre, el alimento, lo frío, lo caliente,

[+]


Artigos

Convergencias y bifurcaciones en las biografías y autobiografías de intelectuales indígenas de México y Brasil

Mariana da Costa Aguiar Petroni e Gabriel K. Kruell

En este artículo presentamos un ejercicio de reflexión sobre los retos que implica la escritura y el estudio de las biografías y autobiografías de intelectuales indígenas en diferentes escenarios geográficos, históricos y políticos: México

[+]


Artigos

A história através do sacrifício e da predação: território existencial tikmũ,ũn nas encruzilhadas coloniais entre os estados brasileiros de Minas Gerais e Bahia

Douglas Ferreira Gadelha Campelo

[+]


Artigos

“Pra virar gente”: a imitação afetuosa nas relações das crianças Capuxu com seus bichos

Emilene Leite de Sousa e Antonella Maria Imperatriz Tassinari

Este artigo analisa as experiências das crianças Capuxu com os animais de seu convívio diário, buscando compreender como as relações das crianças com estas espécies companheiras atravessam o tecido social Capuxu conformando o sistema

[+]


Artigos

Laboratórios de ciências biológicas como práticas: uma leitura etnográfica da anatomia vegetal em uma universidade da caatinga (Bahia, Brasil)

Elizeu Pinheiro da Cruz e Iara Maria de Almeida Souza

Ancorado em anotações elaboradas em uma etnografia multiespécie, este texto formula uma leitura de laboratórios de ciências biológicas como práticas situantes de atores humanos e não humanos. Para isso, os autores trazem à baila plantas

[+]


Interdisciplinariedad

Mapas sensíveis nos territórios abandonados de estações férreas na fronteira Brasil-Uruguai

Vanessa Forneck e Eduardo Rocha

Esta pesquisa cartografa e investiga os territórios criados em decorrência do abandono das estações férreas, acentuado a partir dos anos 1980, nas cidades gêmeas de Jaguarão-Rio Branco e Santana do Livramento-Rivera, na fronteira

[+]


Multimodal Alt

Uma etnografia gráfica como forma de afeto e de memória: aflições, espíritos, e processos de cura nas igrejas Zione em Maputo

Giulia Cavallo

Em 2016, três anos depois de ter concluído o doutoramento, embarquei numa primeira tentativa de traduzir a minha pesquisa etnográfica, em Maputo entre igrejas Zione, para uma linguagem gráfica. Através de uma série de ilustrações

[+]


Recursividad

Etnografía desantrópica: entre relatos apócrifos del agua, profundas dicotomías y habitares líquidos

Alejandro Vázquez Estrada e Eva Fernández

En este texto abordamos la posibilidad de deconstruir las relaciones – que tienen al agua como un recurso a disposición de los humanos – que han ordenado algunas dicotomías como la de anthropos-naturaleza estableciendo que existen

[+]


Argumento

A Antropologia da Arte, a Antropologia – história, dilemas, possibilidades

Filipe Verde

Neste ensaio procuro primeiro identificar as razões do lugar marginal que a arte desde sempre ocupou no pensamento antropológico, sugerindo que elas são a influência da conceção estética de arte e da metafísica que suportou o projeto das

[+]


Reseñas

Um jovem caçador de lixo na Mafalala, nas décadas de 1960 e 1970

Diogo Ramada Curto

Celso Mussane (1957-) é um pastor evangélico moçambicano. Licenciou-se na Suécia (1994) e tirou o curso superior de Teologia Bíblica na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Londrina no Brasil (2018). Entre 2019 e 2020, publicou

[+]


Reseñas

Alberto Corsín Jiménez y Adolfo Estalella, Free Culture and the City: Hackers, Commoners, and Neighbors in Madrid, 1997-2017

Francisco Martínez

Este libro tiene tres dimensiones analíticas: primero, es una etnografía del movimiento de cultura libre en Madrid. Segundo, es un estudio histórico sobre la traducción de lo digital a lo urbano, favoreciendo una nueva manera de posicionarse en

[+]

Revista

Sobre

Editorial Team

Autores

Submissão de Artigos

Números

Agora

Sobre

Editorial Team

Artigos

Sections

Política de privacidade

Iscte-Instituto Universitário de Lisboa
Edifício 4 - Iscte_Conhecimento e Inovação, Sala B1.130 
Av. Forças Armadas, 40 1649-026 Lisboa, Portugal

(+351) 210 464 057
etnografica@cria.org.pt

Financiado pela FCT, I. P. (UIDB/04038/2020 e UIDP/04038/2020)

© 2025 Revista Etnográfica

Revista

Sobre

Editorial Team

Autores

Submissão de Artigos

Números

Agora

Sobre

Editorial Team

Artigos

Sections

Política de privacidade

Iscte-Instituto Universitário de Lisboa
Edifício 4 - Iscte_Conhecimento e Inovação, Sala B1.130 
Av. Forças Armadas, 40 1649-026 Lisboa, Portugal

(+351) 210 464 057
etnografica@cria.org.pt

Financiado pela FCT, I. P. (UIDB/04038/2020 e UIDP/04038/2020)

© 2025 Revista Etnográfica

Notas de Campo

El camino de baldosas amarillas que recorro como etnógrafa

Noelia García Rodríguez

11.07.2024

In this text I compare my anthropological fieldwork experience to a journey of transformation and growth, like Dorothy Gale's journey down the yellow brick road in the land of Oz. I find ethnography a fascinating adventure; every experience, every challenge I face, every person I interview... makes it unforgettable.

DOI: https://doi.org/10.25660/agora0018.c4dn-gd91
Neste texto, comparo a minha experiência de trabalho de campo antropológico a uma viagem de transformação e crescimento, como a viagem de Dorothy Gale pela estrada de tijolos amarelos na terra de Oz. Para mim, a etnografia é uma aventura fascinante; cada experiência, cada desafio que enfrento, cada pessoa que entrevisto... torna-a inesquecível.

DOI: https://doi.org/10.25660/agora0018.c4dn-gd91

En este texto comparo mi experiencia de trabajo de campo antropológico con un viaje de transformación y crecimiento, como el que realiza Dorothy Gale por el camino de baldosas amarillas del país de Oz. La etnografía me resulta una aventura fascinante; cada vivencia, cada reto al que me enfrento, cada persona que entrevisto... la hacen inolvidable.

DOI: https://doi.org/10.25660/agora0018.c4dn-gd91

Dans ce texte, je compare mon expérience du travail anthropologique sur le terrain à un voyage de transformation et de croissance, comme le voyage de Dorothy Gale sur la route de briques jaunes dans le pays d'Oz. Je trouve que l'ethnographie est une aventure fascinante ; chaque expérience, chaque défi que je relève, chaque personne que j'interviewe... la rend inoubliable.

DOI: https://doi.org/10.25660/agora0018.c4dn-gd91
Notas de campo – textos originales que proponen una mirada y reflexión sobre experiencias de investigación con la presentación de viñetas de trabajo de campo. Se invita a los autores a incorporar representaciones multimodales (texto, sonido e imagen en los más variados formatos) que faciliten el acceso a hechos, materialidades, involucramientos, interacciones, relaciones e interacciones posibilitadas durante el trabajo de campo. Una sección que abre la puerta a las formas en que los antropólogos producen conocimiento cuando realizan sus investigaciones, valorando los datos brutos, los materiales a analizar, las impresiones e imprecisiones, la circunstancialidad y la naturaleza gerundial del hacer antropología y que invita a soluciones creativas que nos hagan adentrar o aproximar a las experiencias vividas por antropólogos en el campo. 


En este texto comparo mi experiencia de trabajo de campo antropológico con un viaje de transformación y crecimiento, como el que realiza Dorothy Gale por el camino de baldosas amarillas del país de Oz. La etnografía me resulta una aventura fascinante; cada vivencia, cada reto al que me enfrento, cada persona que entrevisto... la hacen inolvidable.


Está amaneciendo. Cuando aparto la vista de la pantalla del ordenador, a través de la ventana diviso palmeras, dragos, algunas nubes, un barco de pesca artesanal y, sobre todo, azul, mucho azul (imagen 1). Es un azul muy diferente al que solía contemplar desde la vertiente asturiana del Parque Nacional de los Picos de Europa (imagen 2). Oigo las olas, el viento y las aves. Me encuentro en La Palma. Con la mirada fija en el horizonte, agradezco esta nueva etapa de trabajo de campo en la Isla Bonita y recuerdo la letra de una conocida pieza musical: “cambia, todo cambia […] Y así como todo cambia, que yo cambie no es extraño”. Y es que, desde mi rito iniciático en la etnografía (mi investigación de doctorado en la cordillera cantábrica) a mi actual puesto laboral como antropóloga en el archipiélago canario, he recorrido un camino de baldosas amarillas que me ha hecho ir evolucionando.
 


Imagen 1: Las vistas desde el apartamento en el que me alojo en esta fase de trabajo de campo en La Palma (2024).


Imagen 2: Contemplando el cielo y el mar cantábrico mientras hago trabajo de campo en los Picos de Europa; acompañamiento a guía de media montaña con clientes (2019).


Al echar la vista atrás, a aquella primavera de 2016 en la que di mis primeros pasos como etnógrafa, tomo conciencia de ese viaje de transformación y aprendizaje que, cual Dorothy Gale en el mágico país de Oz, ha supuesto el trabajo de campo etnográfico[1]. Ella, para poder llegar a la Ciudad Esmeralda, se ve obligada a atravesar unas veces “tierras agradables” y otras veces “sombrías” (Baum, 2021: 30). Yo, en mi particular camino, tengo que cruzar, de manera literal y figurada, tanto idílicas praderas como tramos peligrosos y cuestas muy empinadas (imágenes 3 a 5). Me doy cuenta de que es esa vivencia de múltiples circunstancias lo que dota de significado a la etnografía.




Imagen 3: Trabajo de campo en los Picos de Europa; cruzando una majada para entrevistar a un pastor en su cabaña (2020).




Imágenes 4 y 5: Trabajo de campo en los Picos de Europa; participando en entrenamientos con un miembro del Grupo de Rescate e Intervención en Montaña (2018).


Al igual que la protagonista de la historia cuando decide alejarse de la casa que el tornado hizo saltar por los aires, me percato de que también yo afronto sin compañía los inicios de trabajo de campo de cada proyecto. Pienso en las estadías largas, que implican mudarme y adaptarme a nuevos lugares, contextos y grupos sociales; en soledad hasta que pasan varias semanas y consigo tejer lazos de amistad. Las amigas, familiares y colegas me acompañan y apoyan desde la distancia, pero soy yo quien debe gestionar el tiempo libre a solas, lidiar con los avatares de esta parte de la investigación, sus subidas y bajadas, y construir los cimientos de un hogar, en principio, temporal. Por suerte, en el transcurso de nuestras respectivas aventuras, Dorothy y yo acabamos por sentirnos muy bien rodeadas.


Y aquí fuera, mientras contemplo el atardecer y espero tranquilamente a que desde cocina nos avisen de que ya está lista la cena, veo una similitud entre mi trabajo y el de la guarda de este refugio de montaña: las dos tenemos que llevarnos muy pero que muy bien con la soledad; pasamos tanto tiempo a solas como socializando (Diario de campo, 2018).


No soy consciente de cuándo exactamente tuvo lugar el punto de inflexión, pero a partir de un momento que no soy capaz de identificar, la mayor parte de mis visitas a Cangas de Onís dejaron de ser por trabajo de campo y empezaron a ser solamente para pasar tiempo con amigas y amigos de allí. […] A finales del doctorado fui dejando paulatinamente de hacer observación participante y comencé a disfrutar de los Picos de Europa de otra forma (vídeo 1) (extracto de mi tesis doctoral. García, 2023: 32).


Vídeo 1: El día más importante de mi vida en la montaña. Cordada con informantes que se convirtieron en amigos. Solo ellos saben por qué significó tanto para mí esa escalada en hielo (2022).

Releo mi diario. Veo cómo, por lo general, las mujeres y hombres a quienes entrevisto mientras recorro mi camino de baldosas amarillas no solo me regalan tiempo y conocimientos; también me hacen obsequios, comparten confidencias y sentimientos, me invitan a su casa o me muestran rincones de su tierra que son especiales para ellos (imágenes 6 y 7). Hay experiencias maravillosas que difícilmente experimentaría si no es de su mano (imagen 8). Enriquecen de un modo extraordinario mi vida (imagen 9).


Imagen 6: Trabajo de campo en la isla de La Palma; acompañando a un informante en la realización de tareas relacionadas con las galerías de agua (2024).



Imagen 7: Trabajo de campo en la comarca de Picos de Europa; adentrándome en cuevas en compañía de dos informantes (2020).


Imagen 8: Trabajo de campo en la isla de La Palma; observación participante a la entrada de una galería de agua (2024).


Imagen 9: Diario de campo (2024).


Basta con repasar mis diarios para advertir que, como en cualquier contexto donde existe interacción humana, el trabajo de campo no está libre de tensiones. Por mi personalidad, la prevención del conflicto es, de hecho, uno de los desafíos que más me cuesta afrontar; algo que se hace evidente en algunas de las notas de campo (imagen 10). A lo largo de mi viaje etnográfico, en más de una ocasión me he visto en el compromiso de disminuir alguna tirantez derivada de las relaciones de género y de poder; reconducir entrevistas que se desviaban hacia discursos hirientes o irrespetuosos; ir con pies de plomo al tratar temas ‘delicados’; bregar para mantener la confidencialidad y el anonimato de informantes… Soy muy consciente de que cualquier malentendido o paso en falso puede traer consecuencias indeseables e irreversibles para la investigación, para las y los informantes y para mí misma. El peso de la responsabilidad aumenta más, si cabe, al trabajar en equipo; ya que, aunque el resto de integrantes del proyecto apenas pase tiempo en el campo, se pueden ver salpicados por un posible desacierto mío.




Imagen 10: Diario de campo (2024).



Empieza a ser recurrente que un informante me pregunte las personas a las que ya he entrevistado y me ‘sugiera’ a quién no debería entrevistar (Diario de campo, 2019).


En ocasiones, las personas a las que quiero entrevistar insisten en que me posicione ante ciertos temas. Hoy me ha vuelto a pasar (Diario de campo, 2019).


Es la tercera vez que un informante me consigue una entrevista con otra persona a cambio de estar también presente en la misma. Me resulta intrusivo, pero como no quiero malos rollos, vuelvo a ceder y le digo que sin problema (Diario de campo, 2019).


Estoy agotada emocionalmente de gestionar de la manera más diplomática que puedo el comportamiento de dos informantes. […] Me resulta un reto constante intentar ser cordial, mantener las distancias adecuadas con algunos hombres y hacerles entender que mi interés por su discurso es solo académico. No me puedo creer que me esté generando más problemas el post-entrevista que la propia entrevista (Diario de campo, 2020).



Imagen 11: Diario de campo (2024).


Imagen 12: Diario de campo (2024).


Otra de las cuestas empinadas que tengo que subir en mi particular transitar por la etnografía tiene que ver con aceptar que la jornada laboral en el campo es, con bastante frecuencia, impredecible e incontrolable. Este modus operandi exige flexibilidad, saber improvisar, desenvolverse bien con muy diversas coyunturas y adaptarse a los giros que se van dando en la investigación. También he de armarme de paciencia porque la nuestra es una metodología que implica una “subida” lenta: la información que persigo no siempre llega cuando me gustaría, y la confianza y la colaboración no se consigue de un día para otro. Confieso que alguna vez llegué a desesperarme por la velocidad a la que avanzaba al no lograr los datos que necesitaba, si sabía que iba a tardar en presenciar algún contexto específico, o cuando alguien me posponía reiteradamente un encuentro. Con los años y el rodaje, he ido acostumbrándome a los peculiares ritmos de nuestra disciplina.


Asimismo, necesito determinación y perseverancia para habituarme al peso que llevo en la espalda durante las largas estancias de trabajo de campo; otro paralelismo inevitable. Marcho por el camino de baldosas amarillas con una mochila llena; en beneficio de la investigación, renuncio a pasar más tiempo con los seres queridos, renuncio a estar cerca de mi gata, renuncio a hábitos que me sientan bien, renuncio a horarios cómodos... Cuando ando con el estado de ánimo bajo es cuando más me cuesta soportar esa carga. No obstante, hago como la valiente Dorothy; tras cada traspiés, saco de nuevo fuerzas y vuelvo a colocar un pie delante de otro. Hay que seguir caminando.


Con todo, termino sopesando que a pesar de la soledad que conlleva, pese a una vida o rutina que parece puesta patas arriba por otro tipo de tornado, aun con los tramos “sombríos” que hay que atravesar, considero que hacer etnografía es un regalo inolvidable. Además de permitirme comprender una determinada realidad social, me ayuda a conocerme mejor y crecer como persona. Igual que la aventura a través de la tierra de los Munchkins, es un viaje interior. Los sentidos y mi capacidad de asombro se abren de una manera muy especial y cambia mi forma de mirar los mundos (el compartido, el ajeno, el familiar, el propio…). Guber (2001) sostiene que la etnografía es una modalidad de investigación social que demanda mucho del investigador. En mi caso, concluyo que es un acto de entrega a este proceso de transformación; noto que, al entregar una parte sustancial de lo que soy, se hace más fuerte mi vínculo con el territorio y la investigación deja en mí una huella más profunda.


En este instante, antes de apagar el ordenador portátil, miro por la ventana y reflexiono sobre el día que he pasado hoy frente a la pantalla. Cuántas emociones plasmadas en palabras. Al otro lado del cristal ya está oscuro, las estrellas brillan con intensidad en La Palma y el cielo ahora evoca mis vivacs estivales en Picos de Europa. Recuerdo con especial cariño dos de aquellas noches que pasé al raso, a más de 2.000 metros de altura, en las vertientes cántabra y leonesa del parque nacional, respectivamente; coincidiendo con la lluvia de las perseidas. En una me desperté con un espectacular mar de nubes y, en otra, con rebecos tumbados a mi alrededor. Sin duda, Picos y La Palma son dos lugares únicos, tanto para hacer trabajo de campo como para contemplar las estrellas y apreciar la belleza de nuestro planeta.

Noelia García Rodríguez (Instituto Universitario de Investigación Social y Turismo de la Universidad de La Laguna)




Noelia García Rodríguez es licenciada en Antropología Social y Cultural por la Universidad Complutense de Madrid y doctora en Ciencias Sociales por la Universitat de València. Su tesis doctoral, Usos deportivos en el Parque Nacional de los Picos de Europa, constituye la primera etnografía que analiza la práctica deportiva en áreas protegidas de España. Actualmente trabaja como investigadora en el Instituto Universitario de Investigación Social y Turismo de la Universidad de La Laguna.


BIBLIOGRAFÍA

 

Baum, Frank L. (2021). El maravilloso mago de Oz. Barcelona: Folioscopio S.L.

García Rodríguez, Noelia (2023). Usos deportivos en el Parque Nacional de los Picos de Europa. Tesis doctoral. València: Universitat de València.

Guber, Rosana (2001). La etnografía. Método, campo y reflexividad. Bogotá: Grupo Editorial Norma.
[1] La trayectoria etnográfica a la que se alude ha tenido lugar en las provincias de Asturias, Cantabria, Las Palmas, León y Santa Cruz de Tenerife. En el momento en que se redacta el presente artículo sigue en curso la investigación desarrollada en el marco del proyecto “BIOdiversity and ecosystem protection driven by Environmental JUSTice” (PCI2022-135044-2 financiado por MICIN/ AEI/10.13039/501100011033 y por la Unión Europea NextGenerationEU/PRTR); se trata de un estudio antropológico sobre el agua subterránea y los manantiales en la isla de La Palma.

< Vuelve

Revista

Sobre

Editorial Team

Autores

Submissão de Artigos

Números

Agora

Sobre

Editorial Team

Artigos

Sections

Política de privacidade

Iscte-Instituto Universitário de Lisboa
Edifício 4 - Iscte_Conhecimento e Inovação, Sala B1.130 
Av. Forças Armadas, 40 1649-026 Lisboa, Portugal

(+351) 210 464 057
etnografica@cria.org.pt

Financiado pela FCT, I. P. (UIDB/04038/2020 e UIDP/04038/2020)

© 2025 Revista Etnográfica

Revista

Sobre

Editorial Team

Autores

Submissão de Artigos

Números

Agora

Sobre

Editorial Team

Artigos

Sections

Política de privacidade

Iscte-Instituto Universitário de Lisboa
Edifício 4 - Iscte_Conhecimento e Inovação, Sala B1.130 
Av. Forças Armadas, 40 1649-026 Lisboa, Portugal

(+351) 210 464 057
etnografica@cria.org.pt

Financiado pela FCT, I. P. (UIDB/04038/2020 e UIDP/04038/2020)

© 2025 Revista Etnográfica